Todo tipo de gasto tem que ser revisto, e as crianças devem participar
Num mundo cada vez mais individualista, algumas famílias vão na contramão das tendências e preferem envolver todos os integrantes da casa numa força-tarefa para o planejamento financeiro.
Para que o orçamento sempre fique no azul, vale controlar de pequenos a grandes gastos. E o mais importante é que os filhos, mesmo pequenos, são incluídos nesse rotina de cooperação.
Na casa de Elaine e Anderson Marquezini, por exemplo, a filha do casal, Mariana, de 7 anos, é estimulada a sempre poupar com o objetivo de realizar sonhos, como comprar um brinquedo bacana em datas especiais. E, aos poucos, a família também vai ensinando para a pequena Melissa, de 1 ano e 8 meses, a importância de economizar para o futuro.
Finanças organizadas sempre foi um dos focos de Anderson e Elaine. O casal, que hoje vive no Ibes, em Vila Velha, nos próximos meses vai se mudar para um apartamento na Praia da Costa, comprado à vista. O investimento é fruto de um planejamento feito há oito anos.
“Achamos que seria difícil conseguir juntar o dinheiro para comprar o imóvel, mas vimos ser possível sem abrir mão do conforto e do lazer. Agora, queremos começar tudo de novo para comprar um apartamento para as meninas”, conta Elaine, que deixou a carreira de professora para cuidar das filhas.
Entre as estratégias adotadas pelo casal para economizar e realizar sonhos está a organização das contas. Todo mês, a família faz uma previsão de quanto pode usar e quanto deve ser economizado. Isso permitiu à família ter condições para colocar as duas filhas em escola particular, viajar e ainda garantir momentos de lazer.
Anderson e Elaine também decidiram ter apenas um cartão de crédito e nunca fazem compras parceladas.
“Muita gente acha que gastamos muito por sermos pais de duas meninas, mas aprendemos que não precisamos ser consumistas e ensinamos isso para as nossas filhas. Para Mariana, falamos que ela não pode gastar toda a mesada de uma vez”, explica.
O economista e consultor financeiro Antonio Marcus Machado explica que todos os integrantes da casa devem firmar um compromisso com a família de colaborar para deixar as finanças ajustadas.
“Além da disciplina, as pessoas precisam, também, ser solidárias. É comum ter em algumas famílias pessoas que só pensam nas despesas próprias e não querem colaborar no controle dos gastos de toda a casa”, explica.
Segundo ele, a união financeira depende, também, de transparência. “Até as crianças precisam ser abastecidas com dados financeiros da casa“, acrescenta.
A educadora financeira Lorena Bastos, da Dsop, segue a mesma linha sobre a clareza. “Nem todos são abertos e falam com os familiares sobre os problemas financeiros. Geralmente, querem resolver tudo sozinhos”, diz.
Ela explica que o primeiro passo para estreitar a relação financeira é traçar os sonhos em comum. “É importante que essa conversa seja feita de uma maneira prazerosa, com um almoço, por exemplo. Nesse momento, a família pode analisar com todos os membros o que é gasto desnecessário, o que precisa ser cortado”.
A divisão de tarefas é outra forma de despertar o interesse, principalmente, dos filhos pela boa gestão do dinheiro. “As crianças desenvolvem censo de responsabilidade e também a autonomia. Um filho pode cuidar da conta de energia, outro da água, verificando se houve aumento do consumo”.
Projetos de família precisam de organização
Rafaela Soares e o marido Arnaldo Uliana planejam viajar com o pequeno Gabriel, 7 anos, para Gramado, nas férias. O passeio foi muito bem organizado, assim como todos os outros projetos da família.
Arnaldo sempre foi mais organizado, mas Rafaela aprendeu há mais ou menos dois anos a gerenciar o seu dinheiro. Essa lição ela tem passado para Gabriel, que guarda dinheiro num cofrinho para comprar alguns presentes para ele mesmo.
“Nós aprendemos a priorizar o sonho. Às vezes, Gabriel quer usar o dinheiro que ele está economizando, mas eu sempre digo para se lembrar de Gramado. Se gastar tudo agora, não terá recursos para fazer compras na viagem”, conta Rafaela.
O bancário Cleomar Ferreira, 67 anos, junto com sua mulher, também mudou os hábitos de consumo da família para evitar gastos excessivos e poder poupar. “Fiz um curso de educação financeira e comecei a perceber onde havia desperdício de dinheiro na minha casa. Eu e minha mulher decidimos ter um só carro. Vimos que gastávamos muito com TV a cabo, pagando canais que nem assistíamos. Também passamos a nos perguntar antes de gastar se podemos e se precisamos daquele bem”, conta.
Maiores detalhes: Acesse o site: http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2014/12/noticias/dinheiro/1503407-familias-se-unem-para-ficar-no-azul.html
06/12/2014 - 20h50 - Atualizado em 07/12/2014 - 15h04
Autor: Mikaella Campos | mikaella.campos@redegazeta.com.br
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